quarta-feira, 15 de agosto de 2012




Neymar Neybom, Apenas Ney
 
            Gostaria de começar frisando que não tenho pudor algum de afirmar que este esquete passou vexame nas Olimpíadas. Vexame. “Ora pois, o brasileiro têm que aprender a valorizar a prata e o segundo lugar!”, esbraveja o padeiro vascaíno da esquina. Segundo lugar não me interessa, muito menos para com o esquete nacional. Utilizo o termo esquete nacional porque esta jamais será a seleção brasileira. Afirmo e já explico que esse time, tanto por culpa deste técnico como do anterior, está fadado a desmoralizar nosso país na próxima Copa.
           
Talvez, algum ser mais evoluído e superior possa me esclarecer e me acalmar com frases do tipo: esta esquete olímpica foi sub-23; tivemos azar no último jogo; jogando em casa, nós não deixaremos esta taça escapar. Confesso que todo tipo de argumentação otimista me deixa mais enraivado do que qualquer outra blasfêmia. O otimismo cega e degenera as pessoas.

É inadmissível que um esquete nacional se baseie em apenas um jogador, seja este quem for. Poderia ser o Inri Cristo que eu continuaria com a retaliação. Porém, para nossa sorte ou não, este jogador não tem nome bíblico. Ao menos, não ainda. E este ser, no auge dos seus 20 anos, realmente acredita que é maior que todo o resto junto. Meu pouco amigo Ney, com este cabelo você não é nem maior do que um rodo e um frasco de lustra-móveis. Se liga, faz uma colônia de férias, curte a vida, passa o carnaval em Salvador e volta pra 2018. Estaremos te esperando.
           
Realmente acredito que ele deveria ter sido banco na última Copa, juntamente com o Ganso. Creio piamente que isto lhe traria maturidade e noção do que é representar seu país, coisas que a ele são carentes. Mas não foi e quem lamenta o passado é filho de coveiro. No entanto, continuo com o perfil fatalista de que nunca é tarde para terminar de estragar as coisas.

            Estas coisas me fazem lembrar de uma lenda urbana futicabalística. Nos primórdios de sua carreira profissional, um jornalista muito letrado foi escolhido para cobrir um jogo do Santos no Maranhão. Porém, chegando ao estádio, descobriu que não tinha autorização para fazê-lo do campo. Apesar de toda a insegurança de um jornalista pré-fabricado, comprou um ingresso na vaga esperança de conseguir escrever uma matéria de lá. Escolheu um lugar pouco povoado, sentou-se, pegou o caderninho e esperou o jogo começar. Faltando cinco minutos para a batalha ter início, avistou nas proximidades um ser que lhe era conhecido. Automaticamente, pensou: “Agora sim. Uma entrevista exclusiva. Vou dessa pra melhor”. De fato, não estava de todo enganado. Sentou-se ao lado do sujeito e esbravejou:
           
-O senhor é o pai do Neymar?

            Meio a contragosto, meio tímido, respondeu:

            -Sim, sou.

            Feliz da vida, fez a pergunta do juízo final:

-Quer dizer então que o senhor é o Ney bom?

            E esta pergunta continua no ar até hoje, vagando e navegando na cabeça de cada amante da oitava arte. Na dúvida, prefiro chamá-lo pelo simples nome de Ney.

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