quinta-feira, 9 de agosto de 2012



Projeto 2013 de Locura


            Começaremos 2013 trazendo de volta o ídolo da nossa geração. Algumas semanas já nos foram suficientes para que nós, pobres orfeões, quiséssemos seu retorno. Chega dessa distância. Nós queremos o Loco de volta. Nós merecemos. Ele merece. Esse time está muito educado e perfumado pro nosso gosto. Ninguém reclama com o juiz, ninguém bate no adversário, ninguém xinga os rivais. Fica apenas naquela coisa trivial de achar que um campo de futebol e uma audiência da ONU são as mesmas coisas. Queremos o louvor da loucura indomável que a tantos incomoda. A volta da locura que nunca deveríamos ter abandonado.

            O Sidão é um grande jogador, sem dúvidas. Porém, quando perde uma bola ou erra algum lance, o narrador fala que “é, mas isso não é o normal dele”. Quando o Loco perde uma bola, eles disparam que “esse é o Loco. Bom da cabeça e ruim do pé”.  Sim, eu prefiro o segundo personagem. Não quero ninguém no meu time que seja unânime. E ele voltará nos braços da torcida. Esta mesma torcida que está impaciente com o Faraó Turco, mesmo o Amaldiçoado sendo o problema. Nós esperávamos um reposicionamento à altura, óbvio. Mas o Faraó Turco ainda não teve tempo de nos mostrar sua lucidez, característica simbólica destes seres. E quando atuou, achei melhor que o Elke Maravilha. Essa torcida já foi melhor.

            Aliás, outra mudança que se faz necessária é o fim da Raiva, que por pura falta de conhecimento linguístico, é chamada de Fúria. Não estou pedindo o fim desta por meios policias ou legislativos. Sou a favor de os torcedores de paz quebrarem a cara deles e dar um basta nesse câncer alvinegro. Eles não são botafoguenses. Muito menos Botafogo. Estão lá para se auto-promoverem; E quando têm oportunidade, matar os adversários. Meus caros, isso só mancha nossa imagem. Eu sei que deve ser legal estar lá no meio da gritaria, achando, mesmo que temporária-ilusoriamente, que está fazendo alguma mudança no mundo. Mas não. Você não está sendo bonitinho e nem está mudando nada. O Botafogo faz gol e eles gritam “Raiva, Raiva”. Que isso? Apoio? Narcisismo? Nada?

            Flamengo e Fluminense terão autorização a apenas um jogo por mês em nosso estádio, mais os clássicos. Pouco me interessa se poderão jogar no aterro ou não. Este problema não é meu. O tapete do Grande Engenho era excelente até o Willians começar a jogar lá. Seus carrinhos e botinadas criaram relevos irreparáveis. E agora nós tivemos que importar uma aparelhagem da Holanda para tentar não deixá-lo tão ruim. E cadê a contribuição dele? Ele também deveria pagar pelo concerto. E não preciso dar explicação para não querer o Fluminense na minha casa. Assim como qualquer mulher, eles vão querer ficar discutindo a relação até o término. Pois bem, termino já agora.

Outra necessidade é a mudança de nome do Grande Engenho. João Avalanche não merece nenhuma homenagem que parta da gente. A única coisa que talvez eu apóie é a compra de seu caixão. De papelão. O nome do estádio tem que ser João Saldanha. Tem que ser. Não tem opção. Caso a prefeitura diga que não mudará, convoco vocês, desde já, a ocuparem o Grande Engenho. Faremos de conta que estamos lá simplesmente para ver algum jogo. Quando este acabar, ninguém sai do estádio até a mudança de nomenclatura. Levem barracas e suprimentos alimentícios, está batalha poderá demorar. E não se assustem com qualquer represália policial, nós ainda seremos maioria. Não estou incitando a violência, mas se eles começarem, eu vos autorizo a perder a razão. A Locura voltará a enfeitiçar nosso clube. O clube de capa e espada também será o clube de insanidade.

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