Projeto 2013 de Locura
Começaremos
2013 trazendo de volta o ídolo da nossa geração. Algumas semanas já nos foram
suficientes para que nós, pobres orfeões, quiséssemos seu retorno. Chega dessa
distância. Nós queremos o Loco de volta. Nós merecemos. Ele merece. Esse time
está muito educado e perfumado pro nosso gosto. Ninguém reclama com o juiz,
ninguém bate no adversário, ninguém xinga os rivais. Fica apenas naquela coisa
trivial de achar que um campo de futebol e uma audiência da ONU são as mesmas
coisas. Queremos o louvor da loucura indomável que a tantos incomoda. A volta
da locura que nunca deveríamos ter abandonado.
O
Sidão é um grande jogador, sem dúvidas. Porém, quando perde uma bola ou erra
algum lance, o narrador fala que “é, mas isso não é o normal dele”. Quando o
Loco perde uma bola, eles disparam que “esse é o Loco. Bom da cabeça e ruim do
pé”. Sim, eu prefiro o segundo
personagem. Não quero ninguém no meu time que seja unânime. E ele voltará nos
braços da torcida. Esta mesma torcida que está impaciente com o Faraó Turco,
mesmo o Amaldiçoado sendo o problema. Nós esperávamos um reposicionamento à
altura, óbvio. Mas o Faraó Turco ainda não teve tempo de nos mostrar sua
lucidez, característica simbólica destes seres. E quando atuou, achei melhor
que o Elke Maravilha. Essa torcida já foi melhor.
Aliás,
outra mudança que se faz necessária é o fim da Raiva, que por pura falta de conhecimento linguístico, é chamada de Fúria. Não estou pedindo o fim
desta por meios policias ou legislativos. Sou a favor de os torcedores de paz
quebrarem a cara deles e dar um basta nesse câncer alvinegro. Eles não
são botafoguenses. Muito menos Botafogo. Estão lá para se auto-promoverem; E
quando têm oportunidade, matar os adversários. Meus caros, isso só mancha nossa
imagem. Eu sei que deve ser legal estar lá no meio da gritaria, achando, mesmo
que temporária-ilusoriamente, que está fazendo alguma mudança no mundo. Mas não.
Você não está sendo bonitinho e nem está mudando nada. O Botafogo faz gol e
eles gritam “Raiva, Raiva”. Que isso? Apoio? Narcisismo? Nada?
Flamengo
e Fluminense terão autorização a apenas um jogo por mês em nosso estádio, mais
os clássicos. Pouco me interessa se poderão jogar no aterro ou não. Este
problema não é meu. O tapete do Grande Engenho era excelente até o Willians
começar a jogar lá. Seus carrinhos e botinadas criaram relevos irreparáveis. E
agora nós tivemos que importar uma aparelhagem da Holanda para tentar não deixá-lo
tão ruim. E cadê a contribuição dele? Ele também deveria pagar pelo concerto. E
não preciso dar explicação para não querer o Fluminense na minha casa. Assim
como qualquer mulher, eles vão querer ficar discutindo a relação até o término.
Pois bem, termino já agora.
Outra necessidade
é a mudança de nome do Grande Engenho. João Avalanche não merece nenhuma
homenagem que parta da gente. A única coisa que talvez eu apóie é a
compra de seu caixão. De papelão. O nome do estádio tem que ser João Saldanha.
Tem que ser. Não tem opção. Caso a prefeitura diga que não mudará, convoco
vocês, desde já, a ocuparem o Grande Engenho. Faremos de conta que estamos lá
simplesmente para ver algum jogo. Quando este acabar, ninguém sai do estádio
até a mudança de nomenclatura. Levem barracas e suprimentos alimentícios, está
batalha poderá demorar. E não se assustem com qualquer represália policial, nós
ainda seremos maioria. Não estou incitando a violência, mas se eles começarem,
eu vos autorizo a perder a razão. A Locura voltará a enfeitiçar nosso clube. O
clube de capa e espada também será o clube de insanidade.
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