sexta-feira, 6 de setembro de 2013





Bem-vindo Hyuri botafoguista

Após o derradeiro apito, as especulações começaram. O sábio profetizou:
            -Esse garoto é o novo Maradona.
            Enquanto o cético apenas profanou:
            -Esse garoto é o novo Vitinho.
            Eu, entre um ser teoricamente iluminado e um imbecil sem criatividade, ou criação, não sei, mantive minha mediocridade e disse:
            -O Vitinho é o novo Hyuri.
            O cheiro de fezes infectou o ar e ambos me olharam torto: O sábio suspendeu a sobrancelha pela primeira vez na vida; e o cético riu ironicamente pela última. Meu remédio já havia se esgotado e o refil não me deixou reabrir a boca ou pedir desculpas.
            Porém, assim espero, vocês não são sábios ou céticos. E digo que espero pelo simples fato de não merecer vossas atenções. Sábio é Jesus Cristo que se suicidou por desprezo a humanidade e cético é Sócrates que se suicidou por justiça. Ou o inverso, ninguém sabe. Ninguém sabe!
            Calma Zaratustra, já voltarei ao Hyuri. Esse não é sábio nem cético. Botafogo não tem espaço para isso. Botafogo não tem espaço para jogadores perfeitos, cracks ou mocinhos simpáticos. O Botafogo é lugar de gênios, monstros, loucos e imperfeitos. Aqui, mais vale a imaginação que a imagem em si.
            Quando um normal pisa em General Severiano, o ato espontâneo do segurança é espancá-lo até a inconsciência para em seguida aterrizá-lo no Pinel. Ou por acaso vocês acham que a proximidade entre o Botafogo e o manicômio é desproposital? Nossas idéias e ídolos saíram de lá. O nosso sarcasmo é incompreensível, até mesmo para nós, e nossa história é insana. E mais uma vez o Botafogo provou ser maior que qualquer humano. E Chico Sá, seu bobão, o Seedorf ou qualquer outro jamais conseguirá acabar com o botafoguismo.
            E os Yuris pouco nos perturbaram. Aliás, Vitinho que vá se atolar na neve ao lado dos russos. Eu prefiro o Hyuri, de nome corretamente errado e mais perverso que qualquer encasacado. Publicamente torcedor do Botafogo, Hyuri mostrou em campo e na fala que está muito à frente de qualquer japonês negro que opte por morar na Rússia.
            O maior desejo dos católicos é encontrar Deus ou qualquer outro santo, por mais infame que seja. Mas Hyuri é diferente, tem outra espécie e gênero de religiosidade. Ele sabe que não cantamos “a bênção João de Deus, nosso povo te abraça”. Ele não é aristocrata para achar que sabe o significado de bênção, Deus e povo. Tão pouco almeja abraçar qualquer João. O maior desejo de Hyuri é entrar para do livro sagrado dos botafoguistas.
            Bem-vindo Hyuri, você conseguiu.
            Brian Johnson tinha razão, “Botafogo is just... Botafogo”!

Nenhum comentário:

Postar um comentário