Bem-vindo Hyuri botafoguista
Após o
derradeiro apito, as especulações começaram. O sábio profetizou:
-Esse
garoto é o novo Maradona.
Enquanto
o cético apenas profanou:
-Esse
garoto é o novo Vitinho.
Eu,
entre um ser teoricamente iluminado e um imbecil sem criatividade, ou criação, não
sei, mantive minha mediocridade e disse:
-O
Vitinho é o novo Hyuri.
O
cheiro de fezes infectou o ar e ambos me olharam torto: O sábio suspendeu a sobrancelha
pela primeira vez na vida; e o cético riu ironicamente pela última. Meu remédio
já havia se esgotado e o refil não me deixou reabrir a boca ou pedir desculpas.
Porém,
assim espero, vocês não são sábios ou céticos. E digo que espero pelo simples
fato de não merecer vossas atenções. Sábio é Jesus Cristo que se suicidou por desprezo
a humanidade e cético é Sócrates que se suicidou por justiça. Ou o inverso, ninguém
sabe. Ninguém sabe!
Calma
Zaratustra, já voltarei ao Hyuri. Esse não é sábio nem cético. Botafogo não tem
espaço para isso. Botafogo não tem espaço para jogadores perfeitos, cracks ou
mocinhos simpáticos. O Botafogo é lugar de gênios, monstros, loucos e
imperfeitos. Aqui, mais vale a imaginação que a imagem em si.
Quando
um normal pisa em
General Severiano, o ato espontâneo do segurança é espancá-lo
até a inconsciência para em seguida aterrizá-lo no Pinel. Ou por acaso vocês
acham que a proximidade entre o Botafogo e o manicômio é desproposital? Nossas idéias
e ídolos saíram de lá. O nosso sarcasmo é incompreensível, até mesmo para nós,
e nossa história é insana. E mais uma vez o Botafogo provou ser maior que
qualquer humano. E Chico Sá, seu bobão, o Seedorf ou qualquer outro jamais
conseguirá acabar com o botafoguismo.
E
os Yuris pouco nos perturbaram. Aliás, Vitinho que vá se atolar na neve ao lado
dos russos. Eu prefiro o Hyuri, de nome corretamente errado e mais perverso que
qualquer encasacado. Publicamente torcedor do Botafogo, Hyuri mostrou em campo
e na fala que está muito à frente de qualquer japonês negro que opte por morar
na Rússia.
O
maior desejo dos católicos é encontrar Deus ou qualquer outro santo, por mais
infame que seja. Mas Hyuri é diferente, tem outra espécie e gênero de
religiosidade. Ele sabe que não cantamos “a bênção João de Deus, nosso povo te
abraça”. Ele não é aristocrata para achar que sabe o significado de bênção, Deus
e povo. Tão pouco almeja abraçar qualquer João. O maior desejo de Hyuri é
entrar para do livro sagrado dos botafoguistas.
Bem-vindo
Hyuri, você conseguiu.
Brian
Johnson tinha razão, “Botafogo is just... Botafogo”!
Nenhum comentário:
Postar um comentário