segunda-feira, 11 de junho de 2012


Elkeson, O Desgraçado

            Nunca acreditemos naquilo que vêm de formação inescrupulosa. Qualquer gênero de ser que tenta burlar certas conseqüências contra si mesmo, hora ou outra, acaba rompendo o silêncio da calmaria. E, sobre tais afirmações, pergunto: Seria Elkeson tão certo de si? E sem pudor ou cinismo, respondo: Ele está amaldiçoado.

            Apenas a tentativa de fazer coincidir terríveis acontecimentos com algum ser amaldiçoado, está fadado ao perigo da sabedoria. Alguns se sentem corajosamente capazes de investigar, outros preferem o conforto de suas poltronas 2000. Mas acreditem, este caso superou todas as expectativas otimistas e bonitinhas. Este filisteu futebolístico está sendo amaldiçoado por, ninguém menos, do que Deus. E garanto-lhes, o Botafogo nunca foi lugar de pessoas esclarecidas. A dúvida paira em nossas cabeças como urubus pousam sobre as carniças. Observe as primeiras palavras proclamadas por este sujeito, assim que pisou no terreno errado pela primeira vez na vida:

            “-Felizmente, deu tudo certo. Agora, quero mostrar meu futebol e fazer o meu melhor pelo clube.”

      Fugindo da normalidade das falas improvisadas dias antes pelo empresário, deu sua primeira demonstração de perigo. Fez-nos acreditar que o seu melhor nos era suficiente. E nós, fanáticos alucinados navegando em direção ao abismo, pedimos socorro a nossa última esperança. Em vão.  No exato momento em que qualquer das mais singelas incógnitas foge da cabeça de algum Botafoguense, podem ter certeza. Nem tudo vai sair bem. Ou, mais seriamente, quase nada sairá nos conformes. Não tardou, o dia escureceu. Porém, apenas quando a maré abaixa podemos analisar o estrago. Antes tarde do que nunca.

       E assim, fui hoje convocado para assistir Botafogo e Cruzeiro. Entrei no Grande Engenho mais moderno do mundo sem preocupações. Sabia apenas que alguma coisa de sobrenatural iria acontecer, e como qualquer bom acionista, compareci. Só não esperava tanto.

         Tudo seguia na mesma ternura afável de qualquer jogo alvinegro. Juizes claramente mal-intencionados, a fúria divina e a torcida tuberculosamente desnecessária e maléfica. Até que em meados do segundo tempo, olho, magneticamente, para o banco de reservas. Instantaneamente, o técnico chama ele, o desgraçado. E a torcida, após o delay natural, aplaude. Sem saber o significado de tal ato, e muito menos com vontade de entendê-lo, observei o primeiro, dos três raios cósmicos. Gol do oponente. Continuo a observar o andar daquele bicéfalo em direção à placa de substituição. Pisa em campo. E antes de pensar em respirar, Outro Gol. Toca pela primeira vez na temida. Virada benzida.

        A partir deste tipo de decorrência, passamos a questionar-nos sobre tais poderes divinos. Devemos orgulhar-nos de tê-lo na equipe, um ser maravilhosamente querido pelos adversários e com uma predestinação destruidora invejável? A Solução resume-se em uma palavra. Síria. Aproveitando a brecha das fortes orações, talvez ele pudesse achar a salvação da humanidade passando alguns verões lá.
           

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